No universo complexo da tributação brasileira, poucos elementos são tão importantes — e desafiadores — quanto a CSOSN 500. Esse código fiscal, específico para empresas optantes pelo Simples Nacional, representa muito mais do que apenas uma classificação tributária.
Microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) encontram no CSOSN 500 um mecanismo fundamental para realizar corretamente a escrituração fiscal. Em contrapartida, a complexidade desse código fiscal exige um conhecimento técnico profundo e com constantes atualizações.
Portanto, compreender suas nuances pode significar a diferença entre uma gestão tributária eficiente e possíveis riscos de autuações fiscais.
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Nesse artigo, entenda o que é e para que serve o CSOSN 500, como calculá-lo e qual o momento ideal para utilizá-lo. Além disso, compreenda quais as diferenças entre CST e CSOSN e qual é o impacto dos códigos na apuração de impostos para as empresas.
Vamos lá?
O que é e qual a importância do Código de Situação da Operação do Simples Nacional (CSOSN)?
O CSOSN se refere a um conjunto numérico de 4 dígitos que empresas optantes pelo Simples Nacional utilizam para identificar a forma correta de tributação de suas operações nas emissões de notas fiscais.
Vale destacar que o 1º dígito indica a origem da mercadoria ou serviço e os três últimos representam a tributação pelo Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Confira a seguir a tabela de Origem da Mercadoria ou Serviço, também conhecida como tabela “A”:
Dígitos | Origem da mercadoria ou serviço |
0 | Nacional, exceto as indicadas nos códigos 3, 4, 5 e 8. |
1 | Estrangeira — Importação direta, exceto a indicada no código 6. |
2 | Estrangeira — Adquirida no mercado interno, exceto a indicada no código 7. |
3 | Nacional, mercadoria ou bem com Conteúdo de Importação superior a 40% e inferior ou igual a 70%. |
4 | Nacional, cuja produção tenha ocorrido em conformidade com os processos produtivos básicos de que tratam o Decreto-Lei nº 288/67 e as Leis nºs 8.248/91, 8.387/91, 10.176/01 e 11.484/07. |
5 | Nacional, mercadoria ou bem com Conteúdo de Importação inferior ou igual a 40%. |
6 | Estrangeira — Importação direta, sem similar nacional, constante em lista de Resolução CAMEX. |
7 | Estrangeira — Adquirida no mercado interno, sem similar nacional, constante em lista de Resolução CAMEX. |
8 | Nacional, mercadoria ou bem com conteúdo de importação superior a 70% |
O CSOSN é importante para empresas optantes do Simples Nacional, porque define a tributação correta do ICMS em suas operações. Além disso, categoriza as atividades econômicas e o regime tributário aplicável.
Qual a diferença entre CSOSN e CST?
A principal distinção entre o CSOSN e o CST (Código de Situação Tributária) está em suas finalidades.
Enquanto o CSOSN é exclusivo para determinar a alíquota de ICMS em operações de empresas do Simples Nacional, CST serve para os demais negócios de diferentes regimes tributários, como Lucro Presumido e Lucro Real.
Em contrapartida, ambos indicam a situação tributária de uma mercadoria ou serviço e definem se há tributação padrão, isenção, redução de base de cálculo, entre outras condições.
São informações cruciais para o preenchimento correto de notas fiscais e a apuração de impostos. A seguir, descubra quais são os códigos CSOSN.
Tabela CSOSN
Número do CSOSN | Finalidade |
101 | Venda de produção do estabelecimento |
102 | Venda de mercadoria adquirida de terceiros |
103 | Venda de mercadoria com isenção |
201 | Venda de produção do estabelecimento, com suspensão |
202 | Venda de mercadoria adquirida de terceiros, com suspensão |
203 | Venda de mercadoria com isenção, mas com cobrança de ICMS por substituição tributária |
300 | Não tributada pelo ICMS |
400 | Isenta de ICMS |
500 | Com redução da base de cálculo do ICMS |
900 | Outras situações não especificadas |
Tabela de Equivalência entre CSOSN e CST
A tabela de equivalência entre CSOSN e CST facilita a conversão entre os códigos fiscais que as empresas do Simples Nacional usam e aquelas que operam no regime normal de tributação (Lucro Presumido ou Lucro Real).
Número do CSOSN | CST |
101 | 00 Tributada Integralmente
20 Com redução de Base de Cálculo |
102 | 40 Isenta
41 Não tributada 50 Suspensão 51 Diferimento |
103 | 00
20 40 41 50 51 |
201 | 10 Tributada e com cobrança do ICMS por substituição tributária
70 Com redução da Base de Cálculo e cobrança de ICMS |
202 | 10
30 Isenta ou não tributada e com cobrança do ICMS por substituição tributária 70 |
203 | 10
30 70 |
300 | 00 20 40 41 50 51 |
400 | 00 20 40 41 Não tributada 50 51 |
500 | 60 ICMS pago anteriormente por substituição tributária |
900 | 00 20 51 |
Lembre-se de que aplicar adequadamente qualquer um desses códigos é fundamental para manter a regularidade tributária, agilizar processos e garantir a segurança fiscal dos negócios. E, com base no fato de que cada código tem uma função, confira a seguir o que é e para que serve o CSOSN 500.
O que é e para que serve o CSOSN 500?
O CSOSN 500 é um código para a aplicação em operações nas quais o recolhimento do ICMS por Substituição Tributária (ST) ocorre na entrada da mercadoria ou serviço. O
O código é exclusivo para o uso de empresas ME e EPP em revendas internas de produtos como eletrônicos, combustíveis ou autopeças. E quando usar o CSOSN 500? Confira a seguir!
Quando usar o CSOSN 500?
As empresas devem usar o CSOSN 500 quando o fornecedor já recolheu o ICMS anteriormente, por meio da substituição tributária.
Mas quando usar o CSOSN 500 com segurança? Antes de aplicar o código, é importante:
- confirme se a empresa é optante pelo Simples Nacional;
- consulte se o produto está na lista de mercadorias sujeitas à substituição tributária no seu estado;
- assegure-se de que a empresa é a responsável pelo recolhimento.
Os portais das Secretarias da Fazenda (SEFAZ) estaduais disponibilizam ferramentas de consulta online para verificar produtos sujeitos à ST, com a função “Consulta de Produtos Sujeitos à Substituição Tributária”.
A seguir, veja um infográfico que explica o passo a passo para utilizar essa ferramenta.
(INSERIR INFOGRÁFICO)
Quais as regras estaduais específicas para a aplicação do CSOSN 500?
Os estados brasileiros contam com regras específicas para a aplicação do CSOSN 500, que tem relação ao regime de Substituição Tributária (ST). Embora o uso do código seja uniforme em todo o país, as legislações estaduais podem impor condições adicionais ou restrições. Abaixo estão alguns exemplos de particularidades estaduais.
- São Paulo: O estado tem regulamentações detalhadas sobre a aplicação do ICMS-ST, o que inclui a obrigação de preenchimento de campos específicos na Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) para operações com esse código;
- Minas Gerais: Exige a inclusão de informações complementares na NF-e, como o valor do ICMS-ST recolhido anteriormente, para garantir a conformidade com as normas locais;
- Rio Grande do Sul: O estado conta com regras específicas para a utilização dos dígitos em operações interestaduais e exige a correta identificação do contribuinte substituído;
- Paraná: Define critérios adicionais para a aplicação do código, como a necessidade de comprovação do recolhimento prévio do ICMS-ST;
- Santa Catarina: Não permite o uso do código em operações com destinatários não contribuintes, exceto nas situações previstas na legislação.
Exemplos de CSOSN 500
Para que você entenda melhor o uso desse tipo de código, separamos alguns exemplos de CSOSN 500.
Venda de mercadoria com ICMS-ST já recolhido
Uma loja de roupas do Simples Nacional vende uma camiseta para um consumidor final. O fabricante ou distribuidor já recolheu o ICMS anteriormente.
Revenda de produtos sujeitos à substituição tributária
Um supermercado compra refrigerantes de um distribuidor que já recolheu o ICMS-ST. Ao vender para o cliente, a venda tem seu registro com CSOSN 500, pois o imposto já foi pago.
Operações com combustíveis
Outro exemplo de CSOSN 500: um posto de gasolina do Simples Nacional quando vende gasolina para um cliente. Nesse caso, a refinaria já recolheu o ICMS-ST antes da venda final.
Produtos eletrônicos e eletrodomésticos
Uma loja de eletrônicos vende um smartphone que já teve o ICMS-ST pago pelo fabricante.
E para qualquer um desses exemplos, é preciso saber a maneira correta de como calcular o CSOSN 500. Veja no próximo tópico.
Como calcular o CSOSN 500?
Para saber como calcular o CSOSN 500, é desejável consultar um contador especialista, pois o cálculo do ICMS-ST pode ter particularidades de acordo com o produto/serviço, da operação e do estado da transação. De maneira geral, é preciso seguir as seguintes etapas de cálculo do ICMS por substituição tributária:
- determine a base de cálculo da substituição tributária com a equação (BC-ST) = valor da operação + seguro + frete + IPI + outras despesas + Margens de Valor Agregado (MVA);
- em seguida, calcule o ICMS-ST com a equação ICMS-ST= (BC-ST × Alíquota interna do estado de destino) — ICMS da operação própria. Lembre-se de que o ICMS da operação própria geralmente é isento para empresas do Simples Nacional;
- indique o CSOSN 500 e o valor do ICMS-ST nos campos específicos da nota fiscal;
- recolha o ICMS-ST por meio da guia própria conforme prazos da legislação estadual.
As MVAs e alíquotas também variam conforme o produto e o estado. Portanto, é imprescindível consultar as regras fiscais do local de destino da mercadoria.
Quais são os CFOPs permitidos com CSOSN 500?
O Código Fiscal de Operações e Prestações (CFOP) é uma sequência de 4 dígitos que identifica a natureza de circulação dos produtos ou da prestação de serviços e auxilia em como calcular o CSOSN 500.
Especificamente, os códigos CFOP com vínculo a esse CSOSN são essenciais para empresas do Simples Nacional sujeitas à Substituição Tributária (ST) ou antecipação do ICMS. Os CFOPs permitidos com CSOSN 500 são:
- CFOP 5.405: para transações de mercadorias que adquiriram ou receberam de terceiros, sujeitas à substituição tributária;
- CFOP 5.656: para venda de combustível ou lubrificante de terceiros diretamente ao consumidor final;
- CFOP 5.667: para comercialização de combustível ou lubrificante para consumidores finais com localização em outra unidade da Federação.
Como os outros códigos, a escolha correta do CFOP também é de extrema importância para garantir a tributação exata e o cumprimento das obrigações fiscais.
Qual o impacto dos códigos na apuração de impostos?
Os códigos como CSOSN, CST, CFOP e CRT desempenham um papel crucial na apuração de impostos porque determinam como será o tratamento das operações comerciais sob o regime tributário.
Além disso, influenciam diretamente no cálculo dos tributos. Entre os fatores de impacto desses códigos, estão:
Correta identificação tributária
Os códigos classificam cada operação de acordo com as regras fiscais aplicáveis, o que permite apurar os impostos com precisão e em conformidade com a legislação.
Base de cálculo do imposto
Códigos ajudam a determinar a base de cálculo de tributos como ICMS, IPI e ISS, o que impacta o valor devido em cada operação.
Fácil apuração no Simples Nacional
Para empresas optantes pelo Simples Nacional, o CSOSN 500 facilita a classificação tributária específica e agiliza a apuração dos impostos dentro desse regime.
Impacto na substituição tributária e antecipação
Códigos como CST e CSOSN indicam se já houve o recolhimento do imposto em etapas anteriores da cadeia produtiva, o que evita a duplicação de pagamento.
Em contrapartida, erros na utilização dos códigos geram multas e penalidades decorrentes da apuração dos tributos. Por isso, entre as melhores práticas para evitar problemas, estão:
- consultar tabelas de equivalência: relacionar CST e CSOSN corretos com base no regime tributário e tipo de operação;
- validar regras estaduais: verificar exigências locais para códigos como o CSOSN 500;
- automatizar processos: utilizar softwares de gestão fiscal para reduzir erros manuais.
Outra importante medida para se prevenir de possíveis erros é monitorar as últimas mudanças na legislação fiscal.
Com a aprovação da Reforma Tributária e por meio do Informe Técnico RT 2024.001, o governo implementará mudanças nos códigos para atender aos novos tributos e outras possíveis alterações nas legislações estaduais e municipais.
Como sistemas de gestão auxiliam na aplicação correta dos códigos?
Agora que você sabe o que, para que serve e quando usar o CSOSN 500, uma importante ferramenta para a aplicação correta dos códigos é um sistema de gestão fiscal. Esses softwares oferecem diversas funcionalidades que garantem maior precisão e conformidade nas operações fiscais, como:
- automatização de classificações fiscais que reduzem erros humanos na seleção de códigos;
- atualização constante da legislação tributária que mantém os códigos sempre em conformidade;
- validação prévia de documentos fiscais para identificar inconsistências nos códigos utilizados;
- geração de relatórios e análises que auxiliam a verificar a aplicação correta dos códigos fiscais;
- integração com sistemas governamentais para facilitar a transmissão de documentos com códigos corretos.
Como já mencionamos, o CSOSN 500 exige atenção especial em sua aplicação. Um sistema de gestão consegue identificar automaticamente quando se utiliza esse código e considera a natureza da operação e o regime tributário do contribuinte.
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