Como calcular o índice de inadimplência? E como reverter esse cenário?

Tempo de leitura: 13 minutos

O equilíbrio entre as receitas e despesas é um ponto-chave para o sucesso empresarial, logo, é crucial aprender como calcular o índice de inadimplência do negócio a fim de traçar estratégias para reverter esse cenário negativo. 

Por sinal, a taxa de inadimplência vem aumentando a passos largos no Brasil. Segundo o Mapa da Inadimplência da Serasa Experian, o país conta com 71,90 milhões de inadimplentes.

Esses números evidenciam a necessidade de apurar as taxas de inadimplentes dentro de qualquer negócio. Até porque esse acompanhamento evitará problemas com o fluxo de caixa, de modo que a empresa possa honrar seus compromissos.

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No entanto, muitos gestores têm dificuldades na hora de apurar o índice de inadimplência e definir qual é o nível tolerável para o negócio.

Pensando nisso, fizemos esse artigo para explicar quais as implicações da inadimplência na organização, como calcular esse índice de forma simples e, ainda, como traçar estratégias para recuperar os recursos. Boa leitura!

O que é a inadimplência?

Inadimplência ocorre quando uma pessoa ou empresa não cumpre suas obrigações financeiras, a exemplo do não pagamento de parcelas e dívidas no prazo acordado. Isso gera consequências negativas para o credor, uma vez que, no fluxo de caixa projetado, a organização contava com aquele valor para honrar os próprios compromissos.

Sabe-se que a inadimplência pode acontecer quando o pagamento não é feito à vista. E, caso a empresa ofereça a possibilidade de parcelamento, é vital acompanhar o índice dessa ocorrência, determinar o nível tolerável para o eventual não pagamento e estabelecer as medidas para recuperar os recursos devidos.

O que é o índice de inadimplência?

O índice de inadimplência é uma métrica financeira que indica a proporção das dívidas que não foram pagas, em relação ao total de vendas feitas ou o crédito concedido pela empresa. Quanto mais elevado for esse indicador, pior estará a situação em relação à inadimplência.

Esse índice é de grande importância para a gestão orçamentária e o fluxo de caixa, pois permite avaliar a saúde financeira da empresa e sua capacidade de cobrar as dívidas.

Se o índice for muito alto, a companhia pode enfrentar problemas de fluxo de caixa e, consequentemente, não conseguir assumir os próprios compromissos junto a fornecedores e colaboradores.

Qual é o índice de inadimplência aceitável?

Se você está se perguntando se existe um índice aceitável de inadimplência, a resposta é “sim”. De acordo com os dados do Sistema Financeiro Nacional (SFN), divulgados pelo do Banco Central, a taxa de inadimplência aceitável para uma organização gira em torno de 5% para atrasos acima de 90 dias.

Porém, esse índice do SFN não se aplica a todos os setores da economia, sendo focado no mercado de crédito. Com isso em mente, a recomendação é que cada empresa determine qual é o índice tolerável para não comprometer seu fluxo de caixa. 

Logo adiante, mostraremos como calcular esse indicador. Mas, antes disso, vale abrir um parêntese para esclarecer as implicações da inadimplência, pois a própria companhia poderá ter dificuldades para pagar seus fornecedores e colaboradores.

Quais são as implicações de se tornar uma empresa inadimplente?

O CNPJ inadimplente costuma ocorrer quando a companhia não tem recursos para honrar os próprios compromissos com fornecedores e colaboradores. Isso gera inúmeros problemas, como:

  • dificuldade de abertura de conta em bancos;
  • burocracia elevada para ter acesso ao crédito;
  • impossibilidade de fazer compras a prazo;
  • ações judiciais que podem bloquear os valores em bancos
  • comprometimento da reputação no mercado.

Com isso em mente, o ideal é que a empresa controle os pagamentos dos clientes inadimplentes para equilibrar o fluxo de caixa e não ter o CNPJ negativado. Entretanto, se o negócio já está com índices de inadimplência elevados, aqui vão algumas dicas para reverter o cenário. Siga conosco!

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Saiba mais: O que é inadimplência fiscal e suas principais diferenças com a sonegação

Como lidar com a crise nas finanças?

Diante de uma crise econômico-financeira, reduzir a inadimplência é um grande desafio, mas o cenário negativo pode ser revertido.

A primeira dica é apurar quem são os inadimplentes, considerando o volume das dívidas e o tempo de atraso no pagamento. Em seguida, pode-se definir ações de cobrança, incluindo as feitas pela equipe do departamento financeiro e até por uma empresa terceirizada, que pode iniciar ações judiciais.

Outra boa prática é tornar o crédito mais rigoroso, fazendo análises mais conservadoras antes de fazer novos negócios, o que inclui:

  • consulta aos órgãos de proteção ao crédito, como Serasa e SPC; 
  • verificação do histórico de cheques sustados, sem fundo, extraviados ou roubados;
  • identificação do histórico de pagamento na própria empresa para entender se há reincidência.

Com base nos dados colhidos, você pode tomar decisões entre conceder um limite aceitável de crédito ao consumidor ou, até mesmo, não liberar a operação no momento, dependendo do risco de calote.

Essas são formas de controlar o índice de inadimplência e evitar problemas no fluxo de caixa da empresa, o que pode comprometer os próprios compromissos financeiros.

Dica! Dê o play para conferir mais dicas de redução da inadimplência e, depois, continue a leitura para saber como definir quais clientes estão inadimplentes ou não.

Como considerar um cliente dentro do índice de inadimplentes?

Quando você começa a controlar a inadimplência do negócio, uma das maiores dúvidas que surge é: quando considerar um cliente inadimplente? Em geral, o prazo para ser considerado inadimplência é acima de 90 dias de atraso no pagamento, mas você não precisa esperar esse período para cobrar os valores devidos.

Antes que o caso vá para a justiça, o ideal é buscar alternativas amigáveis para negociar o pagamento em atraso, mantendo a boa relação cliente-empresa. Por exemplo, pode-se propor um prazo maior ou a diluição do valor em mais parcelas.

Leia também: Como reduzir a inadimplência nas empresas: entenda os dois lados da moeda

Como calcular o índice de inadimplência em uma empresa?

Considerando o conceito de inadimplência e os impactos que isso gera no caixa da empresa, é vital entender como calcular a inadimplência, considerando a seguinte fórmula:

  • (Débitos acima de 90 dias / valor faturado no período de análise) x 100

Com essas informações, pode-se controlar os dados com gráficos e planilhas para entender o volume de inadimplência e traçar medidas para recuperar os recursos. 

Essa análise pode ser feita mensalmente ou, se o índice estiver controlado, o prazo pode ser trimestral ou anual. A seguir, veja um exemplo prático de acompanhamento mensal.

Para facilitar o processo, baixe a planilha de controle de inadimplência da NFe.io!

Como calcular o índice de inadimplência mensal?

Para exemplificar, considere que uma empresa está apurando o índice de inadimplência no mês de dezembro. Nesse caso, consideram-se como inadimplentes os clientes que não fizeram pagamentos em setembro.

Digamos que o faturamento foi de R$ 100 mil e a inadimplência de R$ 6 mil, o que, aplicando na fórmula, traz o seguinte resultado:

  • Índice de inadimplência = (R$ 6 mil / R$ 100 mil) x 100
  • Índice de inadimplência = 0,06 x 100 = 6%

Nesse exemplo, o índice de inadimplência está em 6%, mas se o nível tolerável é 5%, o atraso no pagamento está acima da média do mercado.

Sendo assim, será necessário adotar ações de cobrança e rever a política de concessão de crédito para reduzir o percentual de inadimplência.

Veja mais: Aprenda como calcular o índice de inadimplência em seu negócio

Como organizar os clientes inadimplentes em um negócio?

Sabendo como calcular o índice de inadimplentes, é importante anotar em uma tabela todos os dados, organizando o volume de débitos e os períodos de atraso, por exemplo:

  • devedores de 1 a 30 dias;
  • devedores de de 31 a 60 dias;
  • devedores de 61 a 90 dias;
  • devedores de 91 a 120 dias;
  • devedores de 121 a 150 dias;
  • devedores de 151 a 180 dias.

Assim, a visualização de cada débito fica mais clara, possibilitando definir como será a cobrança de cada caso e simplificando o cálculo do índice de inadimplência por período.

Leia também: Qual a melhor maneira de cobrar um boleto em atraso e evitar a inadimplência? Descubra em 7 dicas

O que fazer depois de calcular o índice de inadimplência? Dicas práticas

Tendo calculado o índice de inadimplência por período, é hora de definir quais são as ações para cada caso. 

Aliás, tenha em mente que será preciso criar um bom plano de ação para diminuir a inadimplência, começando pela diminuição do risco de não pagamento.

Consulte os serviços de análise de crédito

Consultar os serviços de análise de crédito, como Serasa e SPC, é imprescindível para conhecer a situação financeira dos atuais e potenciais clientes. Tal pesquisa mostra se são bons pagadores ou se há pendências de pagamentos, protestos e outros problemas de restrição de crédito.

Isso ajuda a determinar, de forma mais eficiente, quais serão as ações para reduzir a inadimplência dos atuais clientes, caso eles não honrem os pagamentos, além de evitar a liberação de crédito para as futuras negociações.

Priorize o pós-venda

O pós-venda pode se tornar uma das ações para reduzir a inadimplência. Por exemplo, quando a data de vencimento do primeiro pagamento estiver próxima, sua equipe pode contatar o cliente solicitando que responda uma pesquisa de satisfação.

Alguns itens que podem constar nesta pesquisa estão elencados abaixo.

  • O atendimento foi satisfatório?
  • O produto ou serviço adquirido atingiu as expectativas?
  • Há sugestões ou críticas em geral?
  • As condições de pagamento estão adequadas?
  • Existe alguma dúvida que possa ser respondida?

Dessa forma, pode-se encantar o consumidor pelo interesse demonstrado na satisfação dele e relembrá-lo, de forma gentil e educada, que o vencimento da parcela está próximo.

Faça o lembrete do vencimento

Esta é uma das ações mais diretas para reduzir a inadimplência: enviar mensagens automáticas e/ou treinar o time de vendas para ligar para os clientes pouco antes do vencimento das faturas.

Na ligação, por exemplo, o colaborador pode perguntar se a fatura foi recebida e se há dúvidas sobre os métodos de pagamento. Isso é particularmente importante no segmento B2B (business-to-business) para identificar se há gargalos, se o boleto chegou ao departamento financeiro e afins.

Já se o volume de ligações for muito grande, pode-se estabelecer critérios para entrar em contato com os de maior valor da fatura ou histórico de pagamento em atraso. Em geral, automatizar o processo é a opção ideal para quem tem uma ampla carteira de clientes.

Quer algumas dicas de como cobrar o cliente por telefone? Confira o quadro abaixo:

Como cobrar clientes inadimplentes por telefone

Saiba mais: Acabe com as perdas. Conheça 6 dicas de cobrança de inadimplentes que funcionam mesmo

Defina uma política de cobrança

A política de cobrança estabelece os critérios que direcionam seu time no contato com os clientes:

  • momento em que será feita a cobrança;
  • como será realizada a abordagem e quais canais serão utilizados;
  • quais as penalidades aplicadas, como multas, juros e registro em órgãos de proteção ao crédito;
  • como será feita a renegociação;
  • qual o máximo atraso será tolerado;
  • quais medidas judiciais serão tomadas;
  • quais serão os prazos para execução de cada uma das etapas previstas.

Para que o plano de ação tenha melhores resultados, o ideal é que seus clientes em atraso sejam divididos em grupos, de acordo com as razões da inadimplência.

Por exemplo, divida-os em grupos e adapte as ações e abordagens, considerando: os que esqueceram de pagar, os que estão com dificuldades financeiras momentâneas e os que atrasam frequentemente as faturas.

Implemente as etapas de cobrança

Para otimizar o processo de cobrança, o Sebrae-MG sugere um modelo de quatro etapas que você pode adaptar para a realidade da sua empresa:

Etapa 1

O primeiro contato, após identificação do débito, é o envio de uma carta educada ou um telefonema amigável, lembrando da fatura. Caso o cliente demonstre intenção de quitar o débito, um novo acordo pode ser firmado.

Etapa 2

Não ocorrendo pagamento, o novo contato é realizado, questionando o cliente sobre sua intenção de negociação da dívida e alertando da possibilidade de ser registrado em órgãos de proteção ao crédito.

Etapa 3

Permanecendo o atraso no pagamento, é realizado o registro em um dos órgãos de proteção ao crédito e enviada a notificação extrajudicial ao inadimplente.

Etapa 4

Ocorre o protesto do título de crédito ou busca-se o auxílio do Juizado Especial Cível, também conhecido como pequenas causas.

Lembre-se de designar e treinar um colaborador para acompanhar as ações de cobrança.

Automatize sua cobrança

Quando a carteira de clientes é muito extensa, torna-se inviável realizar o controle de pagamentos de forma manual. Neste caso, uma das soluções previstas no seu plano de ação para diminuir a inadimplência deve ser a automação.

Há diversos sistemas no mercado que incluem as funcionalidades de histórico de compras dos clientes, organizando o fluxo de contas a pagar e a receber. 

Tais soluções ainda têm alertas de possíveis atrasos dos pagamentos, avisando os consumidores sobre o vencimento das faturas.

Atente-se à emissão de notas fiscais

Todas as notas fiscais emitidas por um bom sistema de gestão, como o NFE.io, estarão cadastradas em um painel de controle, onde você poderá verificar seu faturamento do mês e analisar se alguma nota não foi paga.

Essa solução ainda possibilita:

  • fazer consultas automatizadas, como CPF e CNPJ;
  • enviar as notas por e-mail para os clientes, com arquivos XML e HTML;
  • ter desconto na emissão do certificado digital.

Quer saber mais? Fale conosco e conheça todos os recursos da solução NFE.io!

 


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